Terceiro Setor e captação de recursos

Olá pessoal, vivemos um momento onde os empresários e os microempreendedores são desafiados como nunca em sua história. Mais existe um âmbito que está sendo seriamente impactado, que é o terceiro setor, onde incluímos entidades que não possuem fins lucrativos. A maioria das instituições desta esfera dependem de doações e em momentos de crise como esta, os recursos ficam escassos, ampliando o desafio dos gestores que buscam a manutenção dos seus serviços em momentos como este.

Um dos pontos cruciais do enfrentamento de momentos como este é a necessidade premente de um planejamento estratégico e a implantação de um setor de captação de recursos. Este tema é pouco abordado por entidades, em virtude de estarem acostumados com as doações ou por falta de conhecimento sobre a quantidade de recursos que ficam estancados em cofres públicos em virtude da falta de projetos ou de entidades aptas para receber o benefício.

Existem inúmeras possibilidades de captação, sejam nacionais ou internacionais. A título de exemplo, de oportunidades de captação nacional, podemos elencar: Lei de Incentivo Fiscal, como da cultura ou do esporte, PRONON e PRONAS, Idoso e FIA. Existe também a possibilidade de captação de recursos internacionais.

Antes de iniciar a implantação do núcleo de captação, é fundamental a entidade estar apta para pleitear os recursos, devendo a mesma estar com certidões em dia, sem pendencias trabalhistas ou previdenciárias e outras. Sem o preenchimento dos requisitos, a entidade não poderá receber recursos públicos e em alguns casos, privados. Pois a capacidade operacional e a saúde financeira da instituição são requisitos necessários.

Independentemente da área de atuação da instituição, seja no campo esportivo, saúde ou educacional, existem linhas de captação. Posso citar como exemplo, para os Clubes de cunho esportivo, o CBC e a Lei de incentivo ao esporte, onde podem ser pleiteados recursos para manutenção de projetos de formação de atletas, aquisição de equipamentos ou por exemplo pagamento dos profissionais envolvidos no projeto. Uma possibilidade de esvaziamento da folha dos clubes e atualização dos equipamentos utilizados pelos sócios e beneficiados dos projetos. Para a linha da educação, podemos citar por exemplo o Instituto Viva Cidadania, que possui um trabalho brilhante, auxiliando entidades que buscam levar educação profissionalizando as camadas mais pobres, gerando possibilidade de ganho de renda e consequente mudança de vida. Um trabalho brilhante.

Momentos de crise trazem aprendizados e para o terceiro setor acredito que seja a profissionalização da captação de recursos, pois para o funcionamento das entidades é fundamental a existência de recursos para custear os projetos e a manutenção da instituição e este ponto não pode ser confundida com obtenção de lucros. Em uma outra postagem, irei explicar a finalidade das entidades do terceiro setor.

Desta forma, é fundamental para a saúde financeira e a expansão das atividades das entidades do terceiro setor, que as mesmas busquem recursos além das doações. Doações podem gerar zona de conforto para as instituições e em momentos de crise, onde as doações ficam escassas ou diminuem o montante arrecadado, ter recursos que garantam os projetos é fundamental. 

Marcelo Eduardo de Melo Silva

27 de junho de 2020.